Por: JCS
“Você nunca vai usar física na vida mesmo”. Acredite, essa frase que Sônia Guimarães ouviu de sua professora enquanto estudava na faculdade de Física na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), quando teve uma bolsa de iniciação científica negada, essa voz me indigna e me atormenta até agora. “Eu queria tanto que ela visse o que eu ‘não fiz com física’, porque realmente ela se negou a me dar a bolsa. Será que ela ficou sabendo do que aconteceu comigo depois? Eu mesma gostaria de ir lá e contar! ”.
Na verdade, Sônia teria muito a falar àquela professora. Ela tanto lutou contra aquilo que a professora disse que: terminou a sua graduação, escolheu a carreira acadêmica, em seguida entrou em um mestrado de Física Aplicada no Instituto de Física e Química de São Carlos, USP. Passou por um tempo como pesquisadora na Itália, foi aí que ingressou o doutorado em materiais eletrônicos, pelo Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Manchester, Inglaterra, e retorna ao Brasil em 1989, como a primeira mulher negra doutora em física no país, isto há 30 anos atrás.
Munida de vários diplomas, lecionou em algumas Universidades públicas, até que, em 1993, tornou-se a primeira professora negra de uma das faculdades mais conceituadas e disputadas do Brasil, no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), SP. O curioso era que: como era uma instituição de tradição militar, ainda não aceitavam as mulheres como estudantes. “Nunca houve um plano exato disso ou daquilo, as coisas foram acontecendo, pessoas e oportunidades aparecendo, e eu nunca disse ‘não'”, disse.
Sônia nasceu em Brotas, SP, seu pai era tapeceiro e a mãe comerciante, sempre frequentou as escolas públicas, sendo uma das poucas meninas que se destacavam por notas altíssimas nas ciências exatas, porém, matemática era sempre a melhor.
Ela conta que o racismo sempre lhe rondou, pois logo na infância foi obrigada a deixar o turno da manhã, período onde estudavam os melhores alunos, e mudar para o vespertino, pois teve que “ceder” seu lugar para uma outra aluna. “Ela era a filha da faxineira, mas era branca e, embora não fosse boa aluna, queria estudar de manhã. Então tiraram eu, a única pretinha que era uma das primeiras da sala, e me colocaram à tarde”.
Com 17 anos a jovem Sônia começa a trabalhar e canalizar seu dinheiro para um cursinho. Ela queria engenharia civil, contudo, foi aprovada em física na UFSCar, segunda opção. Aproveitou a oportunidade que mudou sua vida: por ser a primeira da família a cursar o ensino superior.
“No segundo ano do curso, ainda prestei vestibular para engenharia civil de novo, mas comecei a ter aula de física moderna, área na qual hoje sou especialista, me apaixonei e não quis mais mudar. Não me arrependo. Foi a física que me fez conquistar tanto e me tornou um exemplo”.
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