Em paralelo à produção da vacina de Oxford, que será produzida em massa, com previsão para março de 2021, a fundação Oswaldo Cruz já tem vacina própria com teste em animais.
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tem investido muito em uma pesquisa e desenvolvimento de uma vacina completamente nacional contra a Covid-19. Mesmo que em paralelo esteja tocando o projeto de produção da vacina de Oxford, em massa, que está prevista para março de 2021. Assim, são três projetos bem distintos, com tecnologias diferentes, e estão em fase inicial de testagem em animais. Espera-se que dois destes estejam concluídos para registro no começo de 2022; o terceiro apenas em 2023.
Há um acordo firmado entre a Fiocruz e a farmacêutica britânica AstraZeneca de parceria na fabricação da vacina e está previsto a transferência de tecnologia da vacina de Oxford, cujo início da produção será em janeiro de 2021. Assim, o Brasil terá acesso completo à tecnologia e autonomia para continuar fabricando o imunizante. A Fiocruz pretende fabricar 210 milhões de doses da vacina contra a covid-19 em 2021. Contudo, os cientistas acham importante pesquisar e desenvolver novas tecnologias.
Novas pesquisas com novas descobertas devem levar a resultados diversos, com maior eficiência e com menos efeitos colaterais, este é o objetivo.
“O mundo tem sete bilhões de habitantes, quanto mais vacinas disponíveis tivermos, em diferentes plataformas (estratégias), melhor”, detalhou a vice-diretora de qualidade de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Rosana Cuber. “Essas vacinas não serão introduzidas agora, ainda estamos na fase de estudos pré-clínicos, em animais, mas são uma aposta de médio prazo.”
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos de Bio-Manguinhos quer desenvolver uma vacina sintética. Que seria bem mais rápida e barata do que as tradicionais, um fator positivo é que ela dispensaria instalações de biossegurança de nível 3 nas primeiras etapas do processo. Esta vacina sintética seria basicamente produzida por síntese química. Elas contêm pequenas partículas de proteínas do vírus Sars-Cov-2, capazes de induzir a produção de anticorpos.
“Vivemos uma situação inédita, nunca vista por nossa geração; mas a boa notícia é que estamos mais preparados do que jamais estivemos”, diz o vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Na emergência da aids, levamos três anos para identificar que se tratava de um retrovírus e sequenciá-lo; agora, fizemos isso em dois dias. Temos hoje muitas alternativas tecnológicas e estamos usando-as para avançar no nosso conhecimento das vacinas, é importante termos diferentes esforços sendo feitos, em graus de maturidade distintos.”
Com informações: R7
Imagem capa: Ilustração Pixabay