Por: JCS
Mãe desabafou sobre o preconceito para mulheres que buscam se recolocar no mercado de trabalho, expondo a forma injusta que as empresas tratam mulheres que são mães: No recrutamento grupal, os candidatos homens não foram perguntados sobre seus filhos.
Como é difícil para uma mulher que é mãe, durante entrevista de emprego, falar que tem filhos. O entrevistador pergunta: “você tem filhos? “. Respondo: “Sim, tenho dois, um com 11 anos e outro com 1 ano”. E completo: “Os dois têm uma pessoa que cuida deles na minha ausência. ” Ele continua a perguntar: “Caso ele fique doente, como você agiria?!”.
Então! O que eu faria? Já fico toda trêmula. Respondo: “Se for algo de menor gravidade, como doenças de época (virose, resfriados, etc), a pessoa responsável por olhá-los, tomará conta deles. Recrutador: “Então se fosse algo grave, você faltaria ao trabalho?”
Daí em diante, já nem interessa a minha resposta!
O que eu gostaria mesmo, era saber onde foi parar a empatia das pessoas por mulheres que são mães?
Empresas e recrutadores, nós temos capacidade de gerenciar a vida “doméstica” com a vida corporativa.
Não nos subestime!
Pra mulher que é mãe, logo dá aquele aperto no coração ao responder estas perguntas sobre ter filhos, pois é uma situação embaraçosa e às vezes até constrangedora, afinal, da forma que o questionamento é colocado, praticamente a mãe vê ali sua vaga de emprego escorregar pelas própria mãos, afinal a concorrência é muito grande.
É triste a forma como determinados selecionadores encurralam as mulheres mães com determinadas perguntas.
Afinal, os entrevistadores precisam acreditar nas mulheres! Pois QUEREMOS E PRECISAMOS TRABALHAR!
O depoimento acima foi feito por Marilaine da Silva, moradora em Guaianazes, São Paulo. Ela é mãe de dois meninos, Mateus, de 11 anos, e Lorenzo, de 1 ano. Em junho ela completou 27 anos. No ano passado, “Mari” formou-se em Administração de Empresas, e teve que deixar de lado o estágio por causa da gravidez, sendo que não conseguiu mais emprego desde então.
Em janeiro de 2021 ela fez uma assinatura de uma agência de empregos ONLINE, assim, já chegou a fazer seis entrevistas para trabalho. Em todas as entrevistas ela ouvia a seguinte pergunta: “Você tem filhos?” ; “E com quem eles ficam?”. Conforme seu depoimento, esta última pergunta foi muito invasiva da maneira que o entrevistador a questionou. Mari confessou que “se sentiu desmotivada”, em seguida fez um desabafo em seu perfil do Facebook na terça-feira (8). Ela não publicou o nome da empresa, pois a resposta deve chegar até o dia 11/07.
Ela abriu seu coração à Revista Crescer, e revelou detalhes sobre como foi a entrevista de emprego coletiva, onde ela demonstrou o preconceito claro que as empresas demonstram com as candidatas que são mães. Veja o relato:
“Tive filho aos 15 e passei por isso diversas vezes: ser mãe sempre foi uma barreira para conquistar um emprego. Mas uma pessoa me deu um voto de confiança e, com 17 anos, consegui ser efetivada. Fiquei ali um ano e fui crescendo, partindo para outras propostas, sempre na área administrativa. Me formei no ano passado. Ao buscar um emprego, já imaginava que ia passar por tudo de novo. Meu marido, não. Ele dizia: “Imagina, o mercado mudou”. Ele tem 4 filhos além do Lorenzo, com idades entre 19 e 12. Nunca perguntam se ele tem filho, mas quando o fazem e ele revela que são cinco, ouve: ‘Puxa, você precisa mesmo trabalhar’. Para mim, não.
‘O clima da entrevista muda completamente quando você diz que tem filhos. Já passei por isso até em entrevista por telefone, mas esta última foi mais chato, porque aconteceu na frente de outros cinco candidatos. A entrevistadora, uma mulher aparentando entre 40 e 50 anos, funcionária de empresa de RH terceirizada, foi examinando até onde eu iria com a questão da maternidade. Até que: ‘E se ele fosse internado? ”. Cansada, respondi: ‘Eu faltaria’.
‘Ali, sabia que tinha acabado pra mim. Aquilo era um teste de caráter ou era só para saber se eu faltaria ao trabalho? A mulher a ser entrevistada depois de mim imediatamente ajustou seu discurso: “Tenho filho, ele fica com a minha sogra em tempo integral e eu não preciso faltar ao trabalho”. A outra mulher não tinha filhos e, quanto aos outros três homens, a entrevistadora simplesmente não questionou se eles eram pais.
‘Com o Mateus, raramente faltei ao trabalho, e olha que ele teve asma. Sempre pedi ajuda da minha mãe, de minhas amigas e já até cheguei a pagar para alguém ficar com ele quando precisava ir a uma reunião. Mas isso por que passei foi um absurdo. Que pergunta é essa? Isso não pode ser um teste. Se meu filho ficar internado, é lógico que vou faltar; mesmo se fosse diretora da empresa, faltaria. ”
Com informações: Revista Crescer
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