Por: JCS
Duas embarcações de médio porte, um ferry-boat e um rebocador, foram afundadas na Baía de Todos-os-Santos, bem próximo a Salvador, no sábado (21). O afundamento foi a 1,5 quilômetro da costa.
O plano é que as embarcações sejam usadas para o turismo subaquático no estado. Esta foi a primeira vez que um ferry foi afundado neste local. Vários órgãos participaram desta ação: Marinha, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria da Infraestrutura e Secretaria da Administração.
O governo já espera que na próxima semana sejam realizadas diversas atividade de mergulho no local. A primeira embarcação a ser afundada foi o ferry boat, cujas comportas foram abertas para entrada da água às 12 h e em uma hora foi totalmente afundada. Logo em seguida o rebocador Vega foi afundado com sucesso.
O Ferry Agenor Gordilho tinha 71 metros de cumprimento por 19 metro de altura, ambas embarcações estavam sendo descartadas como sucata após funcionarem por mais de 50 anos de navegação, assim, uma nova utilidade lhes foi conferida, serão transformadas em pontos de mergulhos e recifes artificiais.
Foram feitos muitos estudos para achar a melhor localização e medir os impactos ambientais, a ideia era viabilizar o afundamento com impactos ambientais mínimos. Todos os óleos e combustíveis das embarcações foram retirados a fim de atender as especificações ambientais, inclusive foram retiradas quais quer peças que pudessem representar algum risco de vida aos mergulhadores.
Os trabalhos foram pautados nas normas internacionais e também as da Marinha do Brasil.
“No que diz respeito à segurança, da contaminação e de risco de corte, de acidentes desse tipo, o ferry boat ele foi, tanto o Agenor quanto o Vega, eles foram completamente limpos, foi retirada toda a tubulação, tudo por onde passou algum tipo de líquido, óleo, os motores foram retirados, foram abertas áreas maiores pra facilitar o deslocamento dentro dos navios”, afirmou Rodrigo Maia Nogueira, Instrutor de mergulho.
As duas embarcações ficaram entre 30 e 35 metros de profundidade, para garantir um bom acesso a partir de 15 metros aos mergulhadores que estão iniciando.
Este tipo de ação levará o estado a captar mais recursos, afinal, este será um grande atrativo para os turistas que devem ficar mais tempo na cidade para aproveitar o mergulho dentro das embarcações afundadas, assim disse o Secretário estadual de Turismo, Fausto Franco:
“Isso vai poder fazer uma nova perspectiva do turismo subaquático, que existe no mundo mas que a gente acaba explorado muito pouco aqui na Baía de Todos-os-Santos, que é a segunda maior do mundo. A gente acredita que em menos de um ano essa vida marinha se instalará nessas embarcações e as pessoas vão poder usufruir já a partir desta semana, tomando todas as preocupações que o turismo de mergulho assistido necessita”.
“Todas as normas do meio ambiente foram respeitadas. O Inema acompanhou junto com a Marinha a semana inteira, as ultimas vistorias. Então a questão ecológica, que é fundamental e imprescindível, foi respeitada. Todas as normas de segurança atendidas”.
Já o diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Baia, Francisco Kelmo, esta ação é muito positiva para a biodiversidade marinha:
“A gente não tem perspectiva de impacto negativo. Apenas impactos positivos para o ambiente. Uma vez que essa estrutura esteja afundada, vai servir de substrato para que vários organismos invertebrados consigam usar esse substrato para sua fixação. Ali vão se fixar, se desenvolver, iniciar toda uma vida. E, quando essa comunidade estiver estabelecida, será um chamariz para vários peixes”, disse. Em termos de biodiversidade, é uma estratégia muito interessante. Já se usa recifes artificias em várias partes do mundo”.
Para o mergulhador e fotógrafo Roberto Costa Pinto, a Baía de Todos-os-Santos , será o maior ponto de mergulho de embarcação afundada do país:
“Essa é uma oportunidade única para a Baía de Todos-os-Santos ganhar visibilidade nacional e internacional. É um grande momento pra todos nós e esses dois pontos de mergulho vão ser um grande ponto de ensino, uma sala de aula pro mergulho recreativo, técnico e científico”.
Com informações: Portal G1
Crédito imagens: Camila Souza/
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