Por: JCS
O que você faria para tornar possível o seu sonho? Buscar patrocínio para futebol e algumas modalidades olímpicas é até fácil, agora tem esportes que chega ser insana a batalha por patrocinadores. Gabriel Bona, 16 anos, vivenciou uma batalha alternativa para participar do Mundial de Jiu-Jitsu, California, EUA, em maio de 2019. A única solução que ele encontrou foi vender biscoitos nas ruas para levantar o dinheiro e poder viajar. O Esforço valeu: Sagrou-se campeão juvenil da categoria peso pesado.
Gabriel percebeu que para poder viajar teria que levantar o dinheiro para os custos. Como não tinha nenhum patrocinador, e seus pais não tinham condições de bancar, resolveu correr atrás e vender biscoitos nas horas vagas. Afinal, seus pais não deixariam ele trabalhar e parar de estudar.
Morador em Camorim, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Seus pais são separados, ambos com a guarda compartilhada, Karina, mãe e Waldemar, o pai. Ele cursa o 1º ano do ensino médio, diariamente acorda as 6h, e tenta conciliar a vida de treinos, estudos e venda de biscoitos. Evidentemente ele encontra muita dificuldade para conciliar todas essas tarefas.
“É difícil conciliar, descanso muito pouco, não tenho tempo para me divertir com os meus amigos, mas sei que são sacrifícios necessários para realização de um objetivo. Meus pais me apoiam, mas ficam chateados pois eu tenho pouquíssimo tempo com eles. Fico fora de casa o dia inteiro e eles trabalham muito, às vezes nem nos encontramos durante o dia” – confessa Gabriel.
Pratica Jiu-Jitsu desde os oito anos. Foi amplamente incentivado por Rogério Poggio, campeão da Infight, RJ, amigo pessoal da família e é faixa preta nesta modalidade, virou um bolsista na academia. Gabriel compra os biscoitos por R$ 15,00 e os revende por R$ 30,00 vendendo-os na própria zona oeste. Ele diz que perde 14 h da semana vendendo os biscoitos e arrecadando dinheiro. Seu objetivo era viajar à Califórnia para a disputa do Mundial, conseguiu arrecadar cerca de R$ 6.000,00 – Disse em detalhes como foi o planejamento financeiro.
Fiz um cálculo de quanto teria que juntar para passagem, alimentação, estadia. E contou com a ajuda dos pais para organizar e controlar os resultados.
Hoje, ele detém os títulos de campeão mundial, bicampeão sul-americano e campeão brasileiro da categoria. Seu próximo desafio será o torneio em Nova Iorque, em setembro, disputará o Pan-Americano Nogi. Para tanto precisará desembolsar R$.10,000 – caso não consiga patrocinador, continuará vendendo os seus biscoitos.
Ele contou que nasceu nos Estados Unidos. Seus pais viajaram para lá e tentaram se estabelecer. Sr. Waldemar, o pai, trabalhar como auxiliar de pedreiro e comerciante. Dna. Karina, sua mãe, trabalhou como faxineira. Gabriel nasceu com pouco peso, teve uma parada respiratória poucos dias depois de nascido. Os médicos afirmaram que a criança teria muitas dificuldades no desenvolvimento.
No início de sua infância ele disse que para se alimentar, utilizava uma seringa. Retornaram para o Brasil quando tinha cinco anos, seu padrinho, Sérgio Picuruta, faixa preta de jiu-jitsu, foi seu grande incentivador para pratica a modalidade. Hoje, ele é acompanhado pela nutricionista Paula Snajder, gratuitamente. Seus pais afirmam que: “Gabriel lutou para viver e hoje vive para lutar”.
Com informações: Extra