Por: Fabrício Carpinejar
Eu matutei: é melhor que Karol não seja eliminada de cara. Para que conheça a tortura da segregação que aplicou em Lucas e Juliette. Para que sinta na pele o que é ser excluída de uma conversa, almoçar sozinha, perambular perdida pelo jardim, chorar no quarto, rezar para sair, suportar a ressaca dos boatos.
Seria provar do seu veneno.
Assim não descobriria rapidamente a má fama que tem com o público, ainda se acharia equivocadamente poderosa, sofrendo baques sucessivos tentando proteger o que resta da sua influência.
Desfrutaria da perda gradual da arrogância e da amargura nostálgica das ofensas que impôs cruelmente aos seus colegas.
O ideal consistiria em ver um por um dos seus comparsas caindo primeiro. Até porque Nego Di é Karol, Lumena é Karol, Projota é Karol, Arthur é Karol.
Karol, então, acabaria eliminada cinco vezes no paredão, dando um sabor todo especial para a vingança da audiência. Testemunharia o seu reinado aniquilado sem piedade, em morte dolorosa e parcelada de prestígio, e não sofreria apenas uma única vez com a própria rejeição.
Ficaria perdida sem amigos. Ficaria desnorteada sem bajuladores. Ficaria aflita sem ter para onde ir, com as palavras esvaziadas de sentido, com aquela cordialidade atrasada do medo. Ficaria com uma barata tonta fugindo das solas da verdade.
Em Arte da Guerra, clássico chinês das estratégias militares, adotado por economistas e empresários, Sun Tze diz o quanto não se deve entrar em um conflito pelo ódio. O ódio é pessoal e revela as nossas fraquezas e preconceitos.
Uma guerra originada pela raiva é uma guerra perdida.
A turma da Karol Conká deveria ter lido esse livro antes de entrar no BBB. A partir de uma perseguição gratuita, só evidenciou os seus pontos fracos e fortaleceu os opositores com o manto inviolável da injustiça.
Veja o texto original: