Por: JCS
Ao olhar a carinha deste menino, com um sorriso estampado e faltando uns dentinhos, percebemos o quanto ele é inocente, puro e que desde cedo recebeu valores familiares bem sólidos. A prova destes valores é que quanto Benício Esmanhoto Hoffmann, de 7 anos estava andando de bicicleta com seu pai na rua, ele se desequilibrou e bateu com o guidão em um veículo que estava parado, deixando alguns arranhões na pintura.
Ele se preocupou muito com o seu erro e o prejuízo que causou no carro, assim, ele tratou de reparar o erro deixando um bilhetinho muito fofo o honesto:
“Desculpa eu bati no seu carro, me desequilibrei na bisicleta, aqui esta o telefone do meu pai”
Ele contou em uma entrevista, que logo que bateu no carro, voltou para sua casa pensando em como reparar o erro e sua intenção era pagar com seu próprio dinheiro.
“Na hora eu pensei: vou parar de andar de bicicleta e pronto, acabou minha vida de ciclista. Eu fiquei anos juntando um pouquinho (de dinheiro) e daí tudo isso ia ser despejado em uma coisinha só. Fiquei preocupado, mas o bem sempre vai e volta, vai e volta, vai e volta”, disse o garotinho.
Ele juntou dinheirinho para pagar
Marcel Weiss Hoffmann, pai do Benício, disse que ele sempre ajunta as moedas que ganha nas datas comemorativas e em outras ocasiões, fazendo o seu pé de meia – Benício estava preocupado com o risco no carro e queria usar suas economias para pagar o reparo do veículo.
“Ele ficou muito incomodado, ficou perguntando se ia custar caro. Ele até juntou um trocadinho dele e ficou se lamentando que o dinheirinho dele não ia dar para pagar”, afirmou o pai.
Claro que o pai ficou muito angustiado em ver a incômoda preocupação com o filho em querer reparar o seu erro o mais rápido possível.
“Ficamos pensando no que fazer, não queríamos colocar no grupo da rua porque não tinha sido algo grave, ninguém tinha se machucado, né. Pegamos papel e caneta, e ele começou a escrever. Para nós foi uma história bem simples e corriqueira. No final do dia, o vizinho mandou uma mensagem falando que achou bem fofo o bilhete, mas que não precisava pagar nada”, disse o pai do garoto.
O prazer de fazer a coisa certa
Benício disse que jamais passou por sua cabeça “fugir” de sua responsabilidade com o prejuízo alheio. Conforme ele, o mundo já está “ruim demais para mais pessoas fazerem o mal”.
“Para esse momento, em plena pandemia, isso tem que servir para fazer o bem. Essa sensação depois é ótima. A gente já está com pouca água, com coronavírus, tem bandidos roubando, tudo fechado, melhorar não piorar. A situação já está quase impossível. A ação do Marcelo (dono do carro) também foi boa por não ter pedido o pagamento”, disse o menino.
O caso foi parar nas redes sociais
O dono do carro, Marcelo Martins, assim que leu o bilhete, postou a foto do bilhetinho de desculpas em suas redes sociais. A foto, no domingo (130, teve mais de 350 mil curtidas e mais de 42 mil compartilhamentos.
Marcelo, disse que foi uma grande surpresa encontrar um bilhete com tanta honestidade demonstrada nas poucas palavras.
“A gente acha que alguém que bate no seu carro pode sair correndo, ainda mais nesta idade, mas eu achei um gesto de uma doçura, de uma honestidade grande. Eu procurei todos os lados, meu carro estava meio sujo e nem reparei. Se não fosse o bilhete eu nem tinha notado”, confessou Marcelo.
Benício jamais imaginava que seu acidente fosse parar na internet e se assustou com a grande repercussão.
“Aconteceram rápido as coisas aqui, A primeira reação quando vi que rolou isso na internet foi: “O quê?! Para mim, foi estranho. Eu fiquei impressionado, foi um susto ficar famoso do nada. Quando eu quis pagar, ele não quis cobrar de mim. É o segundo amigo que eu faço no mesmo ano aqui. Deu boa”, disse o menino.
Um pai que se orgulha de seu filho
O pai de Benício disse que, ele conhece a educação do seu filho e que sempre buscou lhe dar bons valores de vida, e mesmo assim a atitude dele o surpreendeu.
“Sempre foi um menino muito bom, carinhoso, atencioso, preocupado com os outros. Ele não sabe se quer ser juiz ou não porque ele tem medo que, no futuro, o juiz vai ser substituído por robôs. Ele sempre foi uma criança muito correta e me dá bronca quando eventualmente excedo a velocidade, por exemplo”, comentou o pai.
“Quando a gente vê que ele se responsabiliza pelas ações assim, ficamos felizes. Ele sempre andou bem de bicicleta, sempre gostou. Só tombinho normal da idade. Ele anda sem as rodinhas [da bicicleta] desde os 3 anos. Pegou em casa aquelas bicicletinhas sem pedal e enlouqueceu de felicidade, fez questão que eu tirasse as rodinhas e o pedal da bicicleta dele”, finalizou.
Com informações: Portal G1