Não adianta nada orar e frequentar a igreja se no dia a dia somos pessoas más
Todos nós sabemos que existem inúmeros ditados, vindos da sabedoria popular, que falam sobre o caráter e as “aparências” das pessoas, indicando que aquilo que a pessoa fala geralmente é bem diferente daquilo que ela pratica. Por exemplo: “as aparências enganam”; “tem gente que é assim, por fora, bela viola, mas por dentro, pão bolorento”.
Ambos tratam do comportamento contraditório das pessoas que próximos de nós mantêm uma aparência enganadora, e, longe, com suas atitudes contradizem tudo o que falavam delas mesmas perto de nós.
Vivemos numa crise de identidade onde todos aparentam “ser” alguma coisa que “na verdade” não são, e, fazem isto apenas por ser convenientes aos seus interesses naquele momento.
Essas “atitudes” são perceptíveis em vários setores de nossas vidas: religião, trabalho, casamento, vida familiar, é uma espécie de norma de vida comum. Imagine aquele sujeito que se acha o “dono da verdade e da moral”, ele aponta o seu olhar para você e diz as coisas erradas que você pratica, pensa ou age, contudo, no secreto, longe de você, ele faz as mesmas coisas erradas e pratica os mesmos comportamentos duvidosos. Nós somos provas disto ao vermos as pessoas que em tempos de campanha política, defendem a honestidade, a não corrupção e acabamos condenando pessoas do partido “a” ou “b”, e, as mesmas pessoas que condenam esses, não perdem a oportunidade de fraudar o outro, quando fazem “gato na NET”, recebem troco a mais e despistam. Complicado, não acha?
O que enfrentamos no dia a dia é um show explícito de hipocrisia, onde várias pessoas interpretam papéis de moralistas diante de uma plateia que insiste em acreditar, contudo, a cada dia é mostrado um lado muito obscuro destas pessoas. Vivemos em um mundo de aparências onde o que se fala é bem diferente do que se pratica. Exemplo disto são as redes sociais que revelam um pouco do lado sombrio das pessoas. Onde cada um publica uma linda imagem, post, onde se aparece apenas aquilo que “se quer mostrar”, o que na maioria das vezes não é a verdade e nem a realidade.
Constatamos duas realidades paralelas que lutam entre si, o “ser” e o “aparentar ser”. É o drama de pessoas que se mostram lindas, felizes, sorridentes, do bem e normais, e que no fundo, mascaram pelas imagens, a sua banalidade existencial, sua depressão, solidão e compartilham nas redes outra realidade mais interessante e bonita, pois a ideia é “impressionar as pessoas”.
Na verdade, lá no íntimo, as mesmas pessoas que pregam o moralismo e criticam tudo e todos estão na mesma condição dos outros, são iguais às outras pessoas, cometem os mesmos pecados, e são dominados por fraquezas que são inerentes à religião, são humanos, sujeitos a falhas. São pecadores disfarçados de santos, ao optar por viver com duas caras, leva-se um peso enorme nos ombros, o peso da “dupla personalidade”, e este peso é toxico, provoca conflitos internos insanos, e cada vez nos distancia daquilo que somos na verdade, de nossa melhor versão de nós mesmos!
É assim que, cresce uma grande população de mentirosos e traidores de si próprio, e isto é agonizante, e o remédio para curar essa doença é aceitar-se a si próprio da maneira que você é. Precisamos pensar em sermos pessoas únicas e construirmos a melhor versão de nós mesmos, sem fingimentos.
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