Por: Fabrício Carpinejar
Pode comemorar a sorte ou a casualidade.
Pode alegar que é bruxaria, intuição, perspicácia.
Pode explicar o inexplicável.
Pode argumentar que não recebeu nenhuma dica, nenhum aviso, nenhuma letra para acertar de primeira.
Pode se defender dizendo que está no caminho certo porque conversou com “gente grande” no confessionário.
Pode depois despistar que conversou apenas com a psicóloga.
Pode conseguir escapar mais uma semana no bate e volta, pode garantir mais uma semana sendo líder.
Pode ganhar as asas provisórias de um anjo e se distanciar da xepa.
Pode seguir confiando que é intocável com a bajulação dos seus amigos.
Pode pedir um desconto sempre se elogiando, enxergando em si boas qualidades, maiores do que dias e dias de notório desequilíbrio.
Pode ganhar todo o tempo do mundo para se retratar, para voltar atrás, para justificar que as brigas foram um exagero, um simples problema de animosidade.
Pode contestar a injustiça do cancelamento, quando na verdade praticou a mesma política cancelando antes Bil e Lucas.
Pode convidar os injuriados para o seu quarto, a fim de ganhar simpatia e reverter a rejeição.
Pode rir, esbanjar simpatia, dançar e cantar como se nada nunca tivesse acontecido.
Pode chorar e contar histórias tristes para sensibilizar a audiência.
Pode até parar de falar mal e perseguir Juliette, Sarah e Gil.
Mas todos estão vendo. Palavras não apagam atitudes. Atitudes são palavras escritas no paredão.
Se não vem caminhando em direção ao paredão, o paredão avançará até você. A cada momento, ele dará mais um passo definitivo de pedra.
É só questão de tempo. Ou daqui a um mês ou no fim do programa. Os votos já estão definidos nos smartphones e computadores.
Não há como fugir do inevitável.
Daí será você e o público, mais ninguém. E vai colher o que plantou.
