Por: Redação da Revista Sensivelmente
O paulistano Ciro Coelho de 54 anos, radicado desde 1.996 nos Estados Unidos, se viu no fundo do poço com uma depressão que já durava mais de 30 anos.
Mas ao vir para o Brasil visitar os familiares, teve uma longa crise de choro ao chegar a hora de retornar aos Estados Unidos. “Eu estava em um momento delicado me perguntando sobre meu propósito. Pensei: não posso mais viver assim, com esse nível de sofrimento.”
Então qual a solução? “Sair de moto sem destino”, então Ciro começou ali planejar uma viagem de moto pela América do Norte, continuar “são e vivo”, surgiu ali Inward Ride, “uma jornada em motocicleta de liberdade, cura e aventura”, segundo sua definição.
Início
Ciro vai sair de Ojai, cidade onde mora na Califórnia, e segundo seus cálculos vai passar quatro meses na estrada. O fotografo não definiu seu roteiro, mas sabe que a maioria do seu roteiro vai ser improvisado. Ele só tem uma parada obrigatória, serão 10 dias em Portland, no Oregon onde fara uma tratamento novo contra a depressão.
“Quero menos agenda e mais propósito. Não vou completar muitos quilômetros por dia para não se tornar cansativo. Se não vira uma negócio que tira a liberdade.”
Moto desde criança
Ciro adora motos desde criança. O seu primeiro passeio ainda foi dentro da barriga da mãe, quando o irmão mais velho levou a mãe para um passeio. E foi a mãe que o presenteou com uma moto aos 22 anos. O fotografo passou mais de 20 anos sem dirigir uma moto, mas após a morte da mãe em 2014 resolveu voltar a pilotar. “Me deu vontade de voltar a andar. Percebi que a vida é muito curta.”
Depressão
O fotografo sofria com a depressão desde os 17 anos, mas o diagnostico veio tardio aos 33 anos. Antes ele achava que a “vida era assim mesmo difícil.”
“E a vida é difícil, mas a depressão cria uma tendência específica. Fico tentando entender porque minha experiência é tão sofrida. Não tenho problema com o sofrimento humano, é que o meu sofrimento é muito gratuito. Não é resultado de algo que esteja acontecendo, às vezes é por razão nenhuma.”
Ciro lembra que os primeiros antidepressivos que tomou até que fizeram bastante diferença, mas com o tempo pararam de surtir efeito, o seu caso foi considerado resistente aos tratamentos.
Ele dá uma dica para as pessoas que convivem com alguém que sofra de depressão: Não se trata de querer resolver o problema da pessoa ou carregar o fardo dela. É ter disponibilidade amorosa, apoiá-la e ampará-la”.
Com informações:UOL