Por: JCS
João Stanganelli Junior, 64 anos, teve um infarto. Depois desta forte experiência e nova chance de vida, ele aprendeu a fazer crochê e resolveu promover a inclusão.
Mora em Bragança Paulista, SP, tem uma doença de pele chamada vitiligo (uma condição crônica caracterizada por áreas de despigmentação da pele), por isso, teve a ideia de criar bonecas de crochê que trazem as características de vitiligo que ele tem.
Sua primeira criação foi a boneca “Vitilinda”, com belas manchas espalhadas na pele. Logo em seguida a deu de presente para sua netinha.
Ele começou a fazer bonecas para passar o tempo, e até seus dedos doíam de tanto tricotar, mas, viu que os modelos que fazia ficaram tão bons que resolveu divulgar suas bonecas para que as crianças com vitiligo fossem realmente representadas.
Sucesso
As bonecas começaram a fazer muito sucesso, tanto que, Maria Luiza, filha da autora Tati Santos de Oliveira – que teve a mesma alteração de pele aos três anos – teve o privilégio de conhecer o João e ganhou assim sua boneca pessoal.
João se empolgou com os bons resultados, decidiu incorporar novos modelos à sua “coleção”, fazendo assim novos brinquedos com alopecia areata, psoríase, dermatite atópica, e outros.
Ele conta que, seu novo trabalho tem o objetivo de suavizar pessoas com essa condição, que atinge cerca de 2% da população. Mesmo que esta doença não traga sérios problemas à saúde, acaba atingindo o fator psicológico dos pacientes, e crianças não sabem ainda como lidar com isso.
“As manchas que tenho são lindas, o que mais machuca são as manchas no caráter das pessoas”, informou.
Terapia
João Stanganelli ainda trabalha com gastronomia, más dedica muito pouco tempo, os brinquedos artesanais acabam ocupando 90% do seu tempo.
O crochê mudou sua forma de encarar a vida, é também uma bela terapia, a qual ele faz com muito prazer e dedicação, e, assim se transformou numa forma divertida de ajudar as pessoas a encararem e superarem o preconceito com o vitiligo.